sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Femi Kuti - O Filho do Fela

Hoje e domingo, no Sesc Santo André, você tem duas oportunidades de chacoalhar o esqueleto e a consciência. Femi Kuti será o responsável por isso, nos dois shows que fará no festival 'Batuque - Conexão África-Brasil'.
Tocando ou cantando, o filho de Fela Kuti (1938-1997) - ícone da música e da política nigeriana - traz nitidamente ecos da trajetória de seu pai, que, independente da relevância política, foi musicalmente genial. A mistura de ritmos africanos - ritmo, aliás é uma palavra perfeita para falar da África - com jazz é deliciosa e agresiva.
Agressiva também é a postura de ambos, pai e filho, quando o assunto é a atitude das lideranças políticas e da situação de caos social da Nigéria, assim como de outros países africanos. Usei o verbo no presente ao falar dos dois, pois as ideias de Fela não envelhecem e não morrem, assim como ele, que está desde sempre na categoria de artistas imortais e atemporais.
E, por incrível que pareça, Femi ainda é capaz de adicionar mais suíngue no legado musical do pai. O afrobeat fica ainda mais dançante, como se ele estivesse dando sequência à obra de Fela. Por isso disse lá em cima que sábado e domingo serão dias de chacoalhar o esqueleto. E, se prestar bastante atenção no que ele diz, também será dia de chacoalhar a consciência. Ele pode estar falando da Nigéria, mas tenho certeza que se aplicaria no dia a dia de todo brasileiro que não seja cego, surdo ou louco. Pois, sem nenhuma dessas dificuldades, vai perceber facilmente problemas muito semelhantes por aqui.
Não perca. Além de Fela, outros artistas palpitantes passam por lá. No sábado, destaco os excelentes Elo da Corrente e Kiko Dinucci. No domingo, Maquinado e M. Takara. Bora?

Preço, horários e endereço aqui: http://bit.ly/FemiKuti





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